Por causa do aumento do número de casos, óbitos e de internações por covid-19 [a doença provocada pelo novo coronavírus], o governo de São Paulo anunciou hoje (11) uma série de medidas para tentar conter a formação de aglomerações no estado, principalmente com as compras e festas de Natal. As medidas vão valer a partir de amanhã (12).
Entre as medidas anunciadas hoje, em entrevista coletiva, está o aumento da restrição no lazer noturno, onde ocorrem muitas aglomerações.
Por isso, bares vão funcionar até as 20h, com mesas de até seis pessoas, podendo servir apenas clientes sentados e com capacidade de 40%. Antes, eles poderiam funcionar até as 22h, permitindo a permanência de seus clientes no local até as 23h.
Já os restaurantes vão poder funcionar até as 22h, mantendo a capacidade de 40% do público, clientes sentados e mesa até seis pessoas, com a diferença de que a venda de bebida alcoólica será restrita no local, podendo ocorrer somente até as 20h. Após esse horário, não será mais permitida a comercialização de bebida alcóolica.
As lojas de conveniência de postos de combustíveis terão que fechar até as 22h e não poderão mais comercializar bebida alcóolica após as 20h.
Já o comércio e shoppings centers vão poder funcionar por 12 horas por dia, mas terão que manter a capacidade de ocupação em 40% para garantir maior espaçamento entre as pessoas. O comércio e os shoppings poderão funcionar até as 22h, mas o limite é de 12 horas de funcionamento por dia.
Segundo o governo paulista, mil agentes da Vigilância Sanitária vão fiscalizar o cumprimento das novas regras, principalmente nas cidades com mais de 100 mil habitantes. Essas equipes vão fiscalizar também as festas clandestinas.
O número de casos, internações e de óbitos por covid-19 vem crescendo desde a primeira semana de novembro em todo o estado. Na média diária de casos, o aumento foi de 23,6% entre as 47ª Semana Epidemiológica (de 15 e 21 de novembro) e a 49ª Semana Epidemiológica (de 29 de novembro e 2 de dezembro).
O número de novas internações cresceu de 15,5% no mesmo período, passando de 1.180 para 1.364 por dia, e o de óbitos, 30,3%, passando de 101 novas mortes por dia para 132.
Segundo o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, o perfil das pessoas que estão se contaminando com o novo coronavírus é diferente agora. Entre março e novembro, a maior demanda por leitos destinados para a covid-19 era de pessoas entre 55 e 75 anos de idade.
Nas últimas três semanas, o perfil mudou. A maior parte dos internados tem entre 30 e 50 anos de idade. “O grupo etário que mais nos preocupava era o de idosos, que representam 77% dos que evoluem de forma grave. Mas temos que entender que os jovens não são imunes ao vírus. Eles também podem adoecer e morrer pelo vírus. Jovens também podem morrer em decorrência da covid-19”, disse, durante a coletiva.
Hoje, a taxa de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI), destinados ao tratamento da covid-19, está em 58,4% no estado e em 64,4% na Grande São Paulo, o que representa 4.573 pessoas internadas em estado grave em todo o estado. Em junho, a ocupação de leitos de UTI no estado estava em 69%. Já na Grande São Paulo, o auge ocorreu em maio, com 92% de ocupação.
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